Resumo
Renomeado como Programa Livros Livres, de modo a refletir todo o conjunto de ações e projetos que o compõem atualmente, a iniciativa é fundamentada em práticas sociais de leitura que buscam promover o desenvolvimento pessoal e cidadão de pessoas privadas de liberdade, sejam adultos inseridos no sistema prisional ou adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas de internação. Além das propostas de intervenção direta, oferece atividades de articulação e formação para mediadores de leitura.
São 3 frentes que atuam em sinergia:
a) Clubes de Leitura no Cárcere, com adultos
b) Clubes de Leitura 2.0, com adolescentes
c) Jornada da Leitura no Cárcere, com formação de agentes e voluntários
O programa visa formar leitores plenos e, para isso, oferecer acesso aos livros como fonte de conhecimento e lazer cultural e estimular as capacidades de interpretação, análise e expressão dos participantes.
Recorre às práticas sociais de leitura como ferramenta para estimular a reflexão, autonomia e empatia dos membros, de modo a apoiá-los a elaborar o seu período de privação de liberdade e a retornar ao convívio social.
Nos clubes de leitura no sistema prisional, os membros leem um livro por mês e participam de encontros para conversar sobre os lidos lidos. Além de livros físicos, estão sendo utilizados tablets, audiolivros e leitura em voz alta, como estratégia para incluir não alfabetizados, analfabetos funcionais e pessos com baixa ou nenhuma visão. No caso dos adultos em presídios, são produzidos relatórios escritos ou orais para a remição de pena. Cada livro reduz em 4 dias, até 48 dias por ano.
Com o apoio de parceiros (Funap e SAP/SP), já passaram pelos 107 clubes abertos no cárcere em 20 presídios, desde 2009, mais de 10.000 detentos. Já na Fundação Casa foram implantados 70 unidades do Clube de Leitura 2.0 em 28 unidades, que atenderam 709 adolescentes.
Além disso, participaram das Jornadas de Leitura, desde 2020, mais de 240 mil pessoas, entre agentes judiciários e penitenciários, educadores, pessoas em privação de liberdade e seus familiares, com transmissão ao vivo em unidades em mais de 400 no País.
Objetivo
É objetivo do Programa Livros Livres:
Democratizar o acesso às pessoas privadas de liberdade: superar barreiras físicas e de alfabetização, disponibilizando um acervo diversificado de obras (impressas, digitais e audiolivros) e incentivando a prática contínua da leitura entre a população privada de liberdade
Incentivar a expressão e a autonomia leitora: fomentar as formas de expressão e o debate crítico sobre as obras lidas, permitindo que os participantes desenvolvam suas habilidades de comunicação, articulação de ideias e aprofundem o hábito da leitura de forma autônoma
Promover o desenvolvimento pessoal e cidadão: utilizar a leitura como catalisador para o crescimento individual, estimulando o senso crítico, a empatia, a autoestima e a capacidade de reflexão sobre o mundo e suas próprias experiências
Otimizar o processo de remição de pena por leitura: integrar metodologias de leitura e de produção textual com as normas para a remição de pena, utilizando, inclusive, plataformas digitais para agilizar e desburocratizar esse processo
Contribuir para a ressocialização e redução da reincidência criminal: oferecer ferramentas e oportunidades de aprendizado que facilitem a reintegração social plena de indivíduos egressos do sistema prisional e socioeducativo, fomentando a construção de planos de vida sustentáveis
Problema Solucionado
São alarmantes entre a população carcerária os índices de analfabetismo absoluto e funcional, o que se agrava, no segundo caso, devido à falta de acesso aos livros. A falta de preparo e, em especial, de perspectivas de futuro lá fora dificulta, enormemente, a reintegração à vida em sociedade após o cumprimento da pena. Não obstante, sabe-se que práticas sociais de leitura têm ajudado, no mundo todo, pessoas privadas de liberdade a se prepararem e a transformarem formas de pensar, agir e se comportar socialmente. Nesses clubes,os indicadores chegam a 12 livros por participante por ano, 3 vezes maior que a média nacional (3,96 per capita/ano, segundo o Instituto Pro-Livro e Ibope) e há casos de membros que estão cursando a Graduação ou a Pós-Graduação.
Descrição
O projeto segue a seguinte metodologia para atender o público-alvo, constituído por mulheres e homens que cumprem penas no sistema carcerário do Estado de São Paulo:
1. Articulação com a instituição do Sistema de Administração Penitenciária que cuida da educação e geração de emprego e renda nos presídios
2. Articulação com direções e os educadores dos presídios
3. Divulgação entre os detentos para identificação de interessados
4. Seleção, entre os detentos, dos mediadores de leitura
5. Formação dos mediadores e dos educadores dos presídios
6. Produção de materiais (fichas, relatórios, sacolas, marcadores etc.)
7. Seleção, aquisição e composição dos acervos
8. Seleção, análise e escolha de 3 livros que serão submetidos à escolha por votação entre os presos
9. Apresentação dos livros pelos mediadores de leitura aos participantes do clube
10. Leitura de um mesmo livro escolhido pelo grupo
11. Encontro mensal para discussão sobre a obra lida
12. Monitoramento e avaliação periódica do projeto e sua execução
13. Elaboração de resenhas dos livros lidos
14. Pesquisa com participantes sobre o impacto da leitura
15. Palestra de escritores
16. Seminário anual de avaliação
Recursos Necessários
Sacolas
Livros
Marcadores
Camisetas
Fichas
Cópias
Estantes
Logística
Transporte
Resultados Alcançados
- 107 clubes de leitura implantados em presídios no estado de São Paulo desde 2009
- 20 presídios atendidos
- Mais de 10.000 detentos beneficiados
- Média de 12 livros per capita lidos por ano (3 vezes mais que a média nacional de 3,96)
- 70 unidades do Clube de Leitura 2.0 em 28 unidades da Fundaçãoo Casa
- 709 adolescentes em medidas socioeducativas
- 6 edições da Jornada de Leitura no Cárcere
- 240 mil pessoas impactadas pelas transmissões
- 402 presídios mobilizados
Público atendido
Adulto
Adolescentes
População Carcerária
Outros
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