Resumo
O projeto recorre às práticas sociais de leitura como ferramenta para o desenvolvimento do indivíduo, promoção de sua cidadania e ressocialização das pessoas privadas de liberdade atendas no sistema prisional. Criado em 2009, o projeto já atendeu mais de 9.000 presos e está presente em 17 penitenciárias para homens e mulheres no Estado de São Paulo.
Cada clube possui, em média, 20 membros e se reúne mensalmente para discutir sobre livro lido, o que acaba funcionando como uma terapia pelos livros, uma ciência denominada Biblioterapia, na qual fazem conexões entre suas vidas com as personagens, situações e cenários da obra. Os livros são escolhidos por votação pelos próprios membros.
Desde 2018, para cada livro lido e resenhado, os participantes têm uma redução de pena de 4 dias. O projeto é desenvolvido em parceria com a Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel, e conta com diversos apoiadores, entre os quais o Instituto Federal de Sertãozinho, a Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Franca (SP).
Objetivo
Promover a leitura entre pessoas privadas de liberdade visando promover e desenvolver o indivíduo e sua cidadania.
Problema Solucionado
São alarmantes entre a população carcerária os índices de analfabetismo absoluto e funcional, o que se agrava, no segundo caso, devido à falta de acesso aos livros. A falta de preparo e, em especial, de perspectivas de futuro lá fora dificulta, enormemente, a reintegração à vida em sociedade após o cumprimento da pena. Não obstante, sabe-se que práticas sociais de leitura têm ajudado, no mundo todo, pessoas privadas de liberdade a se prepararem e a transformarem formas de pensar, agir e se comportar socialmente. Nesses clubes,os indicadores chegam a 24 livros por participante por ano, quase 5 vezes maior que a média nacional (4,97 per capita/ano, segundo o Instituto Pro-Livro e Ibope) e há casos de membros que estão cursando a Graduação ou a Pós-Graduação.
Descrição
O projeto segue a seguinte metodologia para atender o público-alvo, constituído por mulheres e homens que cumprem penas no sistema carcerário do Estado de São Paulo:
1. Articulação com a instituição do Sistema de Administração Penitenciária que cuida da educação e geração de emprego e renda nos presídios
2. Articulação com direções e os educadores dos presídios
3. Divulgação entre os detentos para identificação de interessados
4. Seleção, entre os detentos, dos mediadores de leitura
5. Formação dos mediadores e dos educadores dos presídios
6. Produção de materiais (fichas, relatórios, sacolas, marcadores etc.)
7. Seleção, aquisição e composição dos acervos
8. Seleção, análise e escolha de 3 livros que serão submetidos à escolha por votação entre os presos
9. Apresentação dos livros pelos mediadores de leitura aos participantes do clube
10. Leitura de um mesmo livro escolhido pelo grupo
11. Encontro mensal para discussão sobre a obra lida
12. Monitoramento e avaliação periódica do projeto e sua execução
13. Elaboração de resenhas dos livros lidos
14. Pesquisa com participantes sobre o impacto da leitura
15. Palestra de escritores
16. Seminário anual de avaliação
Recursos Necessários
Sacolas
Livros
Marcadores
Camisetas
Fichas
Cópias
Estantes
Logística
Transporte
Resultados Alcançados
- 32 clubes de leitura implantados em presídios no estado de São Paulo desde 2009
- Mais de 9.000 detentos beneficiados
- Média de 12 livros per capita lidos por ano (2,5 vezes mais que a média nacional de 4,97)
- Casos de presos que concluíram ou estão cursando a universidade (e mesmo a Pós-Graduação)
Público atendido
Adulto
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