O que fazer se a sua região enfrenta escassez de água potável para o consumo? No Banco de Tecnologias Sociais (BTS) da Fundação Banco do Brasil você encontra soluções para esse e outros problemas.
Em 2001, quando foi lançado o primeiro prêmio de tecnologia social muitas foram as novidades que apareceram. A Fundação Deusmar Queirós, da cidade de Fortaleza (CE), por exemplo, apresentou um projeto simples, autossustentável e de baixo custo, o "Moringa: a Semente da Vida". O método consiste na distribuição de sementes de moringa oleifera para o plantio e purificação da água. A planta cresce rapidamente e não precisa de muita água, o que torna fácil o seu cultivo.
A metodologia
foi certificada como tecnologia social e está disponível no BTS juntamente com
outras 986 iniciativas. O BTS é uma base de dados on-line que reúne
metodologias reconhecidas por promoverem a resolução de problemas comuns às
diversas comunidades brasileiras. Esta tecnologia social também ensina a
população a plantar e purificar a água. Seu objetivo é atender localidades
desprovidas de água potável e atenuar os problemas de saúde de populações
carentes. Já é comprovada a eficiência da moringa, esmagada em pó, como um dos
melhores purificadores que existem, pois consegue eliminar partículas de
impurezas. Desde que foi idealizada, cerca de duas mil árvores de moringa
oleifera já foram plantadas, e já que beneficiou mais de 600 comunidades no
Brasil.
“A
purificação da água com a utilização da semente da moringa oleifera é um
processo simples, condizente com a realidade das regiões onde o projeto tem
contribuído de forma efetiva para a melhoria da saúde e o bem-estar das
famílias. Receber o reconhecimento como tecnologia social deu margem para
melhor expansão do projeto” disse Vicente Pereira, vice-presidente da Fundação
Deusmar Queirós.
Já a
tecnologia social Projeto Pescar, da Fundação Pescar, de Porto Alegre (RS) foi
vencedora do Prêmio na primeira edição, em 2001. É efetiva na criação de
oportunidades para transformar a vida de jovens em vulnerabilidade social. Os
beneficiados são jovens com idades entre 16 e 19 anos, por meio de cursos de iniciação
profissional em oito áreas de formação.
O método é um
sistema pioneiro em que as cem organizações parceiras que compõem a Rede Pescar
abrem espaço em suas dependências para a formação pessoal e profissional. Os
cursos têm duração de 800 a 1,1 mil horas, sendo 60% da carga horária
comportamental (descoberta do eu, meio ambiente, sociedade etc.) e 40% técnica,
estimulando-os a se desenvolverem pessoal e profissionalmente. Após o curso, os
participantes são encaminhados ao mercado de trabalho para geração de renda e
acompanhados pela Unidade Formadora e Fundação Projeto Pescar por dois anos. A
tecnologia está presente em dez estados brasileiros e o fruto desse trabalho já
resultou na formação de 31.765 jovens.
Segundo o
Superintendente da Fundação Projeto Pescar, Ézio Rezende, a entidade vivenciou
um verdadeiro marco em sua história após a conquista da primeira edição do
prêmio de tecnologia social: “ A aprendizagem iniciou na própria participação
do edital, que proporcionou uma reflexão interna e consequente melhoria no
modelo de multiplicação da tecnologia social Pescar, a época. A notícia de
estar entre os 15 finalistas também foi muito comemorada, pois já era um
importante reconhecimento do trabalho desenvolvido até então, principalmente
quando considerado o número de mais de 500 organizações pré-selecionadas.
Quando recebemos a confirmação que a Fundação Projeto Pescar foi uma das 3
premiadas finais , foi notória a satisfação dos mantenedores e apoiadores da
Entidade,” disse.
De acordo com
Ézio, o reconhecimento, além de reforçar os vínculos com os doadores, também
foi diferencial para o ingresso de novos apoiadores. “Da mesma forma que cada
voluntário que participava da formação dos jovens no Brasil percebeu o seu
trabalho também premiado. No ano da premiação a entidade obteve um dos maiores
números de veiculação na mídia, fato que alavancou a criação de novas Unidades
de formação socioprofissionalizante. A Fundação Banco do Brasil também
proporcionou aos finalistas a participação em eventos importantes que
qualificou o corpo técnico da entidade. Por fim, foi de suma importância a
apresentação das tecnologias premiadas na sede mundial da Unesco, em Paris.
Evento que demarcou de forma significativa o quanto o Brasil tem construído
novas formas para superar os seus desafios socioambientais”, concluiu.
2019:
ano de Prêmio
Como acontece
a cada dois anos, desde 2001, este é um ano de prêmio. As inscrições estarão
abertas até o dia 21 de abril de 2019. Podem participar entidades sem fins
lucrativos, como instituições de ensino e de pesquisa, fundações, cooperativas,
organizações da sociedade civil e órgãos governamentais de direito público ou
privado, legalmente constituídas no Brasil ou nos demais países da América
Latina ou do Caribe.
Assim
como em 2017, iniciativas da América Latina e do Caribe podem ser inscritas na
categoria “Internacional”, onde serão identificadas tecnologias sociais que
possam ser reaplicadas no Brasil e que constituam efetivas soluções para
questões relativas a “Cidades Sustentáveis e/ou Inovação Digital”; “Educação”,
“Geração de Renda” e “Meio Ambiente.” Da mesma forma, nesta categoria, as
instituições finalistas receberão um troféu e um vídeo retratando a sua
iniciativa.
As novidades
desta edição são as três premiações especiais: “Mulheres na Agroecologia”, que
visa identificar tecnologias sociais que promovam o protagonismo feminino na
gestão da produção agroecológica; “Gestão Comunitária e Algodão Agroecológico”,
destinada para identificar tecnologias sociais de modelos de gestão/governança
de organizações e comunidades na produção do algodão agroecológico e “Primeira
Infância”, que busca identificar tecnologias sociais que promovam ações que
abordem as dimensões do desenvolvimento infantil (linguagem, cognitivo,
motricidade e socioafetividade), o fortalecimento de vínculos familiares e o
exercício da parentalidade. Nestas premiações especiais também serão
classificadas três finalistas, com as mesmas regras das categorias nacionais.
As vencedoras serão conhecidas na premiação, prevista para outubro. Todas as
categorias são relacionadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Nesta edição,
o concurso conta com a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES), Instituto C&A, Ativos S/A e BB Tecnologia e Serviços,
além da cooperação da Unesco no Brasil e apoio da Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), Ministério da Cidadania e Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Notícia publicada em 12/03/2019
Comentários