O programa
socioambiental Replantando Vida, da Cedae, teve um ano de reconhecimento em
2024. Com 23 anos de existência, a iniciativa foi agraciada com o Selo Prosegh,
da Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro; a
Certificação de Tecnologia Social, da Fundação Banco do
Brasil; o Prêmio ESG, do Grupo Tribuna; e o Prêmio Eco 2024, concedido pela
Câmara Americana de Comércio (Amcham). O projeto une ressocialização e
preservação ambiental, com pessoas em cumprimento de pena nos regimes fechado,
aberto, semiaberto e liberdade condicional atuando no ciclo de atividades da
companhia (tratamento de água, confecção de uniformes, jardinagem,
administração e operação).
O segundo episódio da segunda temporada da série “Caminhos da Água”,
apresentada pela Cedae, em parceria com O GLOBO, disponível no YouTube do
jornal, se debruça justamente sobre o projeto.
- Ter um meio ambiente equilibrado e preservado é fundamental para produzir
água com a qualidade necessária. E inserir a ressocialização nesse contexto é
muito positivo. A partir desse convívio no projeto e com a progressão da pena,
essas pessoas se reintegram na sociedade com um novo ofício - avalia Aguinaldo
Ballon, diretor-presidente da Cedae.
O projeto acumula 33 prêmios de responsabilidade social e sustentabilidade.
- O trabalho de reflorestamento pode ser feito de diversas formas, mas a Cedae
entendeu que era importante ter o componente social - conta o engenheiro
florestal Alan Abreu.
Atualmente cerca de 500 apenados estão empregados, recebendo salário mínimo,
transporte, auxílio-alimentação e redução de pena. Esse número faz da Cedae uma
das maiores empregadoras de mão de obra prisional do país.
Almir Moura Silva, coordenador do programa, detalha:
- A mão de obra carcerária atua na coleta de sementes, na produção de mudas, no
plantio das matas ciliares dos rios.
Há 15 anos no projeto, o agente de reflorestamento José Batista Filho cuida do
viveiro de plantas, função que exerce com dedicação:
- Se fizermos um trabalho correto, dedicado, com amor e carinho, as portas
estarão sempre abertas para a gente. Pode passar 10, 20, 30 40 anos. Eu não vou
esquecer do que vivi aqui.
O episódio mostra também a Oficina de Costura Zuzu Angel, que emprega apenados
atuando em costura.
- A oficina surgiu com a demanda, a necessidade dos uniformes. Eles fazem
calça, camisa, coletes. E os saquinhos que usamos para fazer a doação de mudas
em iniciativas de educação ambiental - diz Aylton Souza, coordenador do espaço.
Michelle Santos, que está na oficina há três anos, projeta um futuro com a
habilidade adquirida:
- Sei fazer de tudo um pouco. Mas sempre apta a aprender mais. Saindo daqui,
vou poder trabalhar em casa, ou ter alguma oportunidade, uma porta aberta. A
gente só tem a ganhar.
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