Uma das principais premiações do terceiro setor no país,
organizada pela Fundação Banco do Brasil, está com inscrições abertas até o dia
21 de abril para receber propostas do Brasil, da América Latina e do Caribe. O
Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social reconhece e certifica iniciativas como
boas práticas e que podem ser reaplicadas em todas as localidades do país. Para
isso a Fundação BB desenvolveu o Banco de Tecnologias Sociais, que hoje conta
com 986 projetos certificados durante os 18 anos em que organiza o Prêmio.
Na edição deste ano, uma das novidades é a premiação especial
Mulheres na Agroecologia, que visa identificar tecnologias sociais que promovam
o protagonismo feminino na gestão da produção agroecológica.
A agricultora Rita Ambrósio de Melo, de Monsenhor Tabosa, no
sertão do Ceará, é uma das mulheres que transforma a moda em uma força para o
bem por meio de seu trabalho. Ela participa do projeto Consórcios
Agroecológicos com Algodão Mocó, desenvolvido com o apoio do Instituto C&A
pela ONG Esplar. Foi lá que Rita encontrou uma forma de transformação social.
“Hoje trabalhamos com a agroecologia, que aproveita o solo sem prejudicar o
meio ambiente e o processo é livre de agrotóxicos”, revela. Para Rita, pensar
na agroecologia é muito importante. “A gente planta milho, feijão, mamona e
algodão. A agroecologia também é um empoderamento feminino”, afirma.
Reconhecimento
Na última edição do Prêmio, em 2017, a vencedora da categoria Agroecologia foi a tecnologia social Povos da Mata, que atua em Ilhéus/BA. Após dois anos da premiação a rede se expandiu por meio da formação de novos núcleos nas regiões de Porto Seguro, Chapada Diamantina, Vitória da Conquista, Petrolina e Jacobina.
Para Fabíola Almeida, uma das autoras do projeto, além da
reaplicabilidade da tecnologia social nessas regiões, a gestão está mais
organizada. ”Hoje os agricultores já entendem a sua importância na rede e, com
isso, estão mais empoderados, com mais participação em todo o processo
agroecológico”, afirma. Fabíola diz que a rede desenvolveu um circuito de
circulação e comercialização de alimentos agroecológicos entre as feiras e
também um intercâmbio de produtos com outras redes de agroecologia. ”Por meio
desse circuito, já foram comercializados 65 toneladas de produtos
agroecológicos, com diversidade de 40 itens, os quais também alimentam tanto as
famílias agricultoras, quanto os consumidores, garantindo a soberania alimentar
de todos envolvidos. Com isso a renda dos agricultores envolvidos no processo
de comercialização aumentou consideravelmente. Hoje a Rede Povos da Mata conta
com mais de mil famílias no processo de transição, das quais 326 agricultores
possuem o certificado orgânico.
O Prêmio
Na edição deste ano, além da premiação especial Mulheres na
Agroecologia, o Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social também irá reconhecer
iniciativas em outras quatro categorias nacionais: "Cidades Sustentáveis
e/ou Inovação Digital”; “Educação”; “Geração de Renda" e "Meio
Ambiente”, outras duas premiações especiais: “Primeira Infância” e “Gestão
Comunitária e Algodão Agroecológico,” e uma categoria Internacional, destinada
a iniciativas da América Latina e do Caribe, onde serão identificadas
tecnologias sociais que possam ser reaplicadas no Brasil e que constituam
efetivas soluções para questões relativas a “Cidades Sustentáveis e/ou Inovação
Digital”; "Educação", “Geração de Renda” e “Meio Ambiente.”
Os três primeiros lugares de cada categoria nacional e especial
serão premiados com R$ 50 mil, 30 mil e 20 mil respectivamente. Todas as
instituições finalistas irão receber um troféu e um vídeo retratando sua iniciativa.
Além disso, as tecnologias sociais que promovem a igualdade de gênero e o
protagonismo e empoderamento da juventude receberão um bônus de 5% na pontuação
total obtida na classificação.
As inscrições para o Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social
podem ser feitas no site www.fbb.org.br/premio e estão abertas para entidades sem fins
lucrativos, como instituições de ensino e de pesquisa, fundações, cooperativas,
organizações da sociedade civil e órgãos governamentais de direito público ou
privado, legalmente constituídas no Brasil ou nos demais países da América
Latina ou do Caribe.
Nesta edição, o Prêmio conta com a parceria do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto C&A, Ativos S/A e BB
Tecnologia e Serviços, além da cooperação da Unesco no Brasil e apoio da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO),
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ministério da
Cidadania e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
(MCTIC).
Notícia
publicada em 26/03/2019
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