A Rede Artesol já mapeou diferentes etnias indígenas em todo o país, em comunidades que atuam na confecção ou comercialização do artesanato de tradição brasileiro, com o objetivo de valorizar o consumo da produção artesanal indígena, além de estimular o comércio justo. Os grupos podem ser localizados na plataforma do projeto (https://www.artesol.org.br/), que funciona como o maior mapa do artesanato brasileiro, onde é possível encontrar informações sobre os artesãos e sua produção e contatá-los diretamente.
Uma
das comunidades indígenas que fazem parte do mapeamento da Rede são os
Krahô, um povo indígena do Cerrado brasileiro, no Tocantins, que possui
uma rica cultura ritual, espiritual e de musicalidade. O povo Krahô
domina técnicas ancestrais de tecelagem e trançados, onde produzem
cestos, bolsas, esteiras, pulseiras, colares, gargantilhas, brincos e
instrumentos musicais, utilizando matérias-primas como a semente de
buriti, tucum, casca do cajá, casca do pau-brasil, semente de tiririca e
várias outras.
Além do valor cultural, um aspecto importante da
produção indígena é a sustentabilidade. Uma das grandes contribuições
destes povos para nossa sociedade é sua forma de se interrelacionar com a
paisagem onde vivem. Na compreensão indígena, homens, árvores, serras,
rios e mares são um corpo, com ações interdependentes. Por isso, a
natureza é sagrada, assim como muitos objetos criados com elementos
naturais.
Foi em 2003 que a aldeia criou a Associação Centro
Cultural Kàjre para buscar recursos de fomento à cultura ritual e
material. Atualmente são aproximadamente 120 artesãs e 20 artesãos
ativos trabalhando os mais diversos materiais e mantendo as técnicas
artesanais ancestrais de tecelagem vivas nas aldeias Krahôs. A
Associação Centro Cultural Kàjre, que faz parte da Rede Artesol, é
responsável pela representação da comunidade Krahô. Desde 2009, seu
trabalho consiste em fomentar a cultura ritual do povo Krahô, e, por
meio da formação do Grupo M?ntuwajê Guardião da Cultura, manter a
organização da comercialização do artesanato produzido na aldeia. O
Centro Cultural Kàjré também recebeu apoio do Museu do Índio, que
adquiriu muitos artesanatos para contribuir com a disponibilidade de
produtos para venda em feiras em Palmas, Brasília e Rio de Janeiro.
Sendo assim, o Centro Cultural trabalha na geração de renda para a
comunidade por meio da comercialização de artesanato e na preservação da
cultura Krahô.
Sobre a Artesol
A Artesol é uma
Organização sem Fins Lucrativos que atua na inclusão socioeconômica dos
artesãos brasileiros e na valorização do artesanato de tradição e seus
modos do fazer, fortalecendo-os como patrimônio cultural material e
imaterial do país. A organização é idealizadora do Artesanato 5.0 - Rede Nacional do
Artesanato Cultural Brasileiro, uma Tecnologia Social certificada e
premiada pela Fundação BB, que promove a capacitação de milhares de artesãos, fomenta a
economia criativa, cria oportunidades de negócios e divulga o artesanato
e arte popular brasileira, através de um mapeamento minucioso de
técnicas tradicionais de artesanato, do Brasil para todo o mundo,
através do portal https://www.artesol.org.br/.
Para saber mais sobre essa e outras iniciativas para soluções de problemas socioambientais acesse nossa Rede de Tecnologias Sociais - Transforma!:
https://transforma.fbb.org.br/tecnologia-social/artesanato-50-tradicao-e-inovacao
Comentários